O câncer de mama e sua relevância em saúde pública
O câncer de mama é a neoplasia mais incidente entre mulheres em todo o mundo, representando um importante desafio de saúde pública.
No Brasil, estima-se que dezenas de milhares de novos casos surjam a cada ano, reforçando a necessidade de estratégias eficazes de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Durante o Outubro Rosa, campanhas de conscientização chamam atenção para a importância do rastreamento e do cuidado com a saúde feminina. No entanto, junto com a disseminação de informação, também surgem mitos e dúvidas sobre os verdadeiros fatores de risco do câncer de mama.
O que realmente aumenta o risco de câncer de mama?
É essencial que médicos estejam bem informados para orientar suas pacientes de forma segura, diferenciando os fatores de risco comprovados — como tabagismo, álcool, obesidade e sedentarismo — daquilo que muitas vezes é erroneamente associado, como a terapia de reposição hormonal (TRH) na menopausa.
Durante anos, a TRH foi apontada como uma das principais causas do câncer de mama. Entretanto, novas evidências científicas têm revisado essa visão.
Em um painel recente da FDA (Food and Drug Administration), especialistas destacaram que a relação entre TRH e câncer de mama é muito mais complexa do que se pensava.
A principal conclusão foi clara:
A TRH, quando bem indicada e monitorada, não deve ser considerada uma vilã.
O risco é modesto e variável, dependendo do tipo de formulação, tempo de uso e, principalmente, do perfil genético e clínico da paciente.
O impacto dos hábitos de vida no câncer de mama
Ao analisar os dados populacionais, torna-se evidente que os hábitos de vida exercem influência muito maior sobre o risco de câncer de mama do que a TRH.
- Tabagismo: responsável por cerca de 30% dos casos de diversos tipos de câncer, incluindo o de mama.
- Obesidade na vida adulta: aumenta o risco em aproximadamente 30%, especialmente na pós-menopausa.
- Sedentarismo: contribui com cerca de 5%, mas está diretamente relacionado à obesidade e resistência insulínica.
- Consumo de álcool: fator de risco comprovado, com impacto mesmo em consumo moderado.
Esses fatores são modificáveis e devem ser o foco principal das estratégias de prevenção.
O papel do médico: informação e individualização
Mais do que restringir terapias hormonais que melhoram a qualidade de vida, é fundamental que o médico atue como educador, ajudando a paciente a compreender seus riscos reais e a adotar hábitos saudáveis.
Além disso, o risco de desenvolver câncer de mama não é igual para todas as mulheres. Ele varia conforme histórico familiar, predisposição genética, ambiente e estilo de vida.
Por isso, a avaliação genética individualizada tornou-se uma aliada essencial na prática médica moderna.
Genética e medicina personalizada: o futuro da prevenção
A medicina personalizada permite compreender melhor o risco individual de cada paciente.
Por meio de testes genéticos específicos, é possível identificar variantes associadas à predisposição ao câncer de mama, como BRCA1, BRCA2, TP53, PALB2, ATM e CHEK2.
O Painel de Câncer de Mama e Ovário da MyHormoDNA é uma ferramenta avançada que oferece:
- Maior segurança na prescrição de TRH, evitando riscos desnecessários em pacientes com mutações genéticas;
- Rastreamento precoce e definição de condutas preventivas;
- Suporte clínico, ético e legal conforme diretrizes internacionais da NCCN, ESMO e ASCO.
Essa abordagem promove uma prática médica personalizada, segura e baseada em evidências.
Conclusão: é hora de atualizar o debate
O debate sobre TRH e câncer de mama precisa ser revisado à luz da ciência atual.
A reposição hormonal, quando bem indicada e acompanhada, não deve ser vista como causadora do câncer de mama.
O verdadeiro foco deve estar nos fatores de risco modificáveis — como hábitos de vida — e na avaliação genética individualizada.
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Referências Bibliográficas
- NCCN Guidelines – Genetic/Familial High-Risk Assessment: Breast, Ovarian, and Pancreatic (v.2.2024).
- ESMO Clinical Practice Guidelines – Hereditary Breast and Ovarian Cancer Syndromes (2023).
- ASCO Statement – Genetic Testing and Cancer Susceptibility (2022).
- Richards S. et al. Genetics in Medicine, 2015.
- Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (2024).
- Daly MB et al., J Natl Compr Canc Netw, 2024.
- Kurian AW et al., J Clin Oncol, 2014.
- Domchek SM et al., JAMA, 2010.
- Tung N et al., Cancer, 2015.
- Desmond A et al., JAMA Oncol, 2015.

Elaborado pelo Dr. Francisco Tostes, Diretor Científico da SottoPelle Brasil